Doutor Glas (1905)
Hjalmar Söderberg (1869-1941) - Suécia
Tradução: Guilherme da Silva Braga
Curitiba: Arte & Letra, 2014, 172 páginas
Tyko Gabriel Glas tem 33 anos, mora em Estocolmo, é médico,
interessa-se por música, literatura e filosofia, e "nunca esteve próximo
de uma mulher" (p. 9). Vai anotando em seu diário, que abarca os meses de
junho a outubro (verão e parte do outono no Hemisfério Norte), fatos
desimportantes de seu cotidiano pacato. Um dia, recebe em seu consultório a
visita de uma jovem, Helga, casada com um pastor bem mais velho, Gregorius. Ela
tem asco do marido - na verdade, confessa, tem um amante de sua idade - e quer
que o médico convença Gregorius a evitar manter relações sexuais com ela.
Fascinado pela mulher, por quem se apaixona, Glas aceita a incumbência. Primeiro, inventa que ela tem uma doença impeditiva; depois, fantasia que ele
tem uma patologia cardíaca. No entanto, em nome da religião, o pastor estupra a mulher.
Indignado, Glas passa a planejar seu assassinato. Consumado um crime perfeito,
descobre que, embora rejeitada pelo amante, Helga nunca iria se interessar por
ele, afundada na melancolia e na solidão. Doutor Glas é um exemplo interessante do conceito de
"ato gratuito" dostoievskiano. Só que, ao contrário dos romances do russo, aqui não há lugar para a culpa. O médico acredita que livrou o mundo de um canalha. Após isso, mergulha novamente em sua vida
medíocre.
Avaliação: MUITO BOM
(Novembro, 2015)
Entre aspas
"As pessoas querem ser amadas; se não for possível, admiradas; se não for possível, temidas; se não for possível, detestadas e desprezadas. Querem despertar sentimentos nos outros." (p. 75)
"O mundo não é bom para os que amam." (p. 87)
"(...) as pessoas não se importam com a felicidade, mas buscam o prazer. Buscam o prazer mesmo contra os próprios interesses, contra as próprias crenças e opiniões, contra a própria felicidade..." (p. 125)
"O mundo não é bom para os que amam." (p. 87)
"(...) as pessoas não se importam com a felicidade, mas buscam o prazer. Buscam o prazer mesmo contra os próprios interesses, contra as próprias crenças e opiniões, contra a própria felicidade..." (p. 125)
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