terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Hotel Savoy (1924) 
Joseph Roth (1894-1939) - Ucrânia              
Tradução: Silvia Bittencourt            
São Paulo: Estação Liberdade, 2013, 183 páginas 


Súdito do Império Austro-húngaro, Roth, nascido em uma cidade que hoje localiza-se na Ucrânia, e escrevendo em alemão, narra a história de Gabriel Dan, soldado judeu capturado durante a I Guerra Mundial e preso na Sibéria (Rússia). A história se inicia quando ele, então livre, para em um lugar inominado, a meio caminho entre o leste e o oeste da Europa, visando conseguir dinheiro de um parente rico para prosseguir viagem. Enquanto isso, hospeda-se no Hotel Savoy, com seus mais de 800 quartos distribuídos em sete andares. Romance premonitório, o hotel é uma espécie de gueto onde os judeus estão confinados, conhecidos não por seus nomes, mas "(...) de acordo com o número do quarto" (p. 57). Povoado por personagens marginalizados, o hotel oferece no Salão das Cinco Horas jovens nuas aos poderosos do lugar. Dan e seu amigo, o croata Zwonimir Pansin, um revolucionário "(...) desde o nascimento" (p. 88) que "(...) amava a América" (p. 89), dividem o quarto e o desejo de alcançar seus países de origem. A chegada de um ser meio mítico, Henry Bloomfield, a quem Dan irá secretariar, muda suas expectativas. Ao final, antecipando o caos que precederia o surgimento do nazismo, a polícia reprime duramente uma manifestação popular, o hotel é incendiado e Dan pode continuar seu trajeto.


Avaliação: BOM

(Janeiro, 2016)

Entre aspas

"As pessoas não são más, quando dispõem de bastante espaço." (p. 110)

"Elas iam mal, as pessoas. Elas mesmas preparavam seu destino, mas acreditavam que ele viesse de Deus. Estavam presas em tradições e seu coração pendia em mil fios, mas suas mãos mesmas trançavam esses fios." (p. 142)

"A vida está tão visivelmente conectada com a morte, e os vivos, com seus mortos. Não há um fim, uma ruptura - sempre continuação e ligação." (p. 154)

"As mulheres fazem suas bobagens não como nós, por descuido e imprudência, mas quando estão infelizes." (p.  161)

  

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