segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

3 contos fantásticos (1812)
Ludwig Tieck (1773-1853) - ALEMANHA
Tradução: Helga Hoock Quadrado e outros
Lisboa: Antígona, 2007, 112 páginas


Reunião de três contos, a rigor apenas a um deles, “Magia do amor”, poderíamos apor o adjetivo "fantástico". Nesta narrativa breve, Emil é um sujeito melancólico que se sente culpado por viver de maneira confortável, enquanto a maioria das pessoas à sua volta padece de sofrimentos causados pela miséria. Um dia, da janela da casa onde está instalado, observa uma estranha cena de assassinato da criança que estava sendo criada pela mulher que platonicamente amava. Algum tempo depois, no dia de seu casamento, ele, tresloucado, apunhala a noiva, para espanto dos convidados – a noiva, então revela-se, era a mulher que ele havia visto da janela e que fizera um pacto satânico com uma bruxa para se casar com ele. “Eckbert, o louro” e “As sílfides” enquadram-se mais na categoria de contos de fada, ainda mais este que aquele. Eckbert e sua mulher, Bertha, vivem solitários em um castelo. Um dia, ele pede a Bertha que conte uma curiosa passagem de sua infância para um amigo, Walther. Ela então descreve a fuga da casa dos pais, o encontro com uma mulher velha que vivia no meio da floresta com um cão e um pássaro frondoso, cujos ovos continham pedras preciosas. E depois a tentação de ir embora, uma nova fuga carregando o pássaro, a perturbação causada pela traição e finalmente o encontro com Eckbert. Revelado o segredo, a paranoia toma conta de Eckbert. Bertha morre, ele assassina Walther, depois conhece outro amigo, Hugo, e comente outro crime, até em desespero alcançar a casa no meio da floresta onde a velha bruxa afinal completa sua vingança, revelando que Eckbert e Bertha eram irmãos. “As sílfides” é  a história de Marie que um dia penetra em um espaço interdito, perto de sua aldeia, onde conhece os seres encantados da floresta. Quando volta, com a promessa de nada revelar sobre sua estada entre as sílfides, já se passaram oito anos. Ela retoma a vida, se casa e tem uma filha, Elfriede, que, descobre, também se comunica com aqueles seres de luz. Um dia, Marie conta para o marido onde estivera naquele período de ausência, provocando uma catástrofe na natureza do lugar. À exceção de "As sílfides", que como conto de fadas infantil funciona bem, as outras duas narrativas têm enredos confusos e desfechos completamente fortuitos.


(Janeiro, 2017)


Avaliação: NÃO GOSTEI


Entre aspas


“É grande infortúnio do homem só alcançar a razão para perder a inocência do espírito” (p. 20)    



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